É o quê?

Spegel: a pronúncia é spegel mesmo (/²sp'eːgɛl/) – como se lê em sueco.

Quer saber por que essa newsletter é estranha e cheia de imagem pisca-piscante? Tem metodologia e explicação aqui.

Lembro dos velhos tempos de escrita na Internet. Naquela época havia muita gente querendo destaque nesta vida e apareciam pessoas de todos os tipos, dos obstinados aos cultos, passando pelos indecisos e influenciáveis, sem esquecer os talentosos e os dissimulados. Havia um blogueiro taifeiro da blogosfera muito esquisitão, que vez por outra, vinha mostrar uns escritos obscuros e depressivos, falando de safáris, ilhas, carros populares personalizados com neon e essas coisas que dão mal-estar logo de cara. Dizia que apreciava meus pontos de vista nas salas de conversação e os textos do meu blog, estava realmente interessado em se tornar escritor. Pedia opinião e eu era honesto: ele devia pegar mais leve se quisesse vender alguma coisa. Mas a minha curiosidade nem se dava ao trabalho de ler os manuscritos e apenas constatava que ele era um escritor regular. Até que soube que aquele bendito tinha parentes na editora mais conhecida do país. A coisa mudou de figura e passei e ser mais camarada nas críticas, dizendo que ele havia evoluído muito, etc e tal. Tudo visando a uma chance de ser convidado pra conhecer aquelas instalações tão famosas das letras. A bajulação durou exatos 8 meses, quando brigamos por ideologias disparatantes. Perdi contato e soube, tempos depois, que ele havia ganho um bom dinheiro com todos aqueles escritos tristonhos. Tornou-se escritor sobejamente conhecido nas serestas infantis e ganhou função em uma lista de literatura para crianças na secretaria de educação. Pois bem, para encurtar a conversa, fiquei fulo com o sucesso do blogueiro e mandei uma carta a ele, falando que ele devia ser mais fluente se quisesse ser realmente um escritor completo. Eu deixei o essa historia para la e esqueci a rusga. Até saber que ele arrebentou os dedos da mão direita – a da caneta – com um rifle de liquidar paquidermes logo após eu lhe enviar meus disparates. Foi em um estande de tiro esportivo ele era adepto da defesa pessoal com pólvora e violência defensiva. Ainda hoje, sigo a mesma linha de não ter nem um pingo de remorso, afinal o (agora) maneta frustrou minha vida profissional literária e a culpa era só dele.

O velho e o novo

Tudo que você recebe na caixinha de correios vêm de três fontes distintas: ideias novas, reciclagem de textos publicados outrora e textos velhos que nunca saíram da pasta “a revisar/textos ruins”

Nada chega a ser bem redigido, diagramado ou revisado; perdi a sanha do perfeccionismo.

Subscribe to SPEGEL

O personagem é metade do que já foi, e que não era lá muita coisa. O personagem imagina um homem minúsculo com um coração do tamanho de uma semente de pau-brasil e dois rins de feijão. Esse homenzinho veste um terno branco com um lenço vermelho no bolso.

People

Forte, barba inteira, rente, vestindo corretamente, parecia à primeira vista uma nulidade elegante.